onsdag, november 30
no site da el matador, está disponível em mp3 o primeiro single do álbum vindouro de cat power. só mesmo ir por aqui para conhecer a cor do paraíso.
mandag, november 21
do quotidiano espinhense( lunch time )
as novas ruas de espinho são laranjas e quando chove ficam brilhantes. parecem que ficam em estado de aquário vazio, os rostos que passam são como peixes fugindo.
à porta das malhas josilva, um realejo disfarçado de carrinho das compras debita êxitos caribenhos e paso dobles rocambolescos. um homem de pé, sem medo da chuva, impregna o ar com um trompete doidivanas.
quem passa foge rapidamente da chuva e não repara como é difícil a alegria.
à porta das malhas josilva, um realejo disfarçado de carrinho das compras debita êxitos caribenhos e paso dobles rocambolescos. um homem de pé, sem medo da chuva, impregna o ar com um trompete doidivanas.
quem passa foge rapidamente da chuva e não repara como é difícil a alegria.
se se recusam a colaborar com as nossas aspirações a um mundo verde mais verde não há, as vegetalícias domésticas podem ser despedidas. despedidas com justa causa, sem direito a realojamento. jacintos e tudo.
fredag, november 18
do quotidiano gaja
de que serve pistola de cola, berbequim último modelo ou conhecer de perto todas as nuances lexicais de porcas e parafusos, quando os nossos bíceps padecem ainda de problemas de género?
do quotidiano canino
apesar do nome dançante, o cão mambo prefere a tranquilidade de um sofá com o the guardian como vigilante de uma fleumática soneca.
do quotidiano felino
apesar do nabokoviano nome, a gata lolita prefere sonecas vespertinas perto dos livros de agustina bessa- luís.
rascunho
( para l. )
há-de haver um tempo para voltar a dormir
não por cansaço ou desistência
mas dormir pela justeza de o fazer
como quem, por fim, percebeu que o livro não estava escrito
- nunca estaria escrito-
e o autor nunca se mostra.
somos assim secretos porque nos julgamos sós
e o único sentido deslindado é o que une esta frase
à próxima, e não o de saber porque a ventania leva
para longe onde já não vejo as mulheres que tanto amei.
fechando assim os olhos
a vida é o tempo que volta do tendo sido
e tudo se acalma e aquieta, os barcos vêm vindo devagar
entre o espaço aberto das retinas.
para quê, afinal, tantos braços
- tanta escrita-
para dormir apenas
e sonhar o que fomos
quando éramos o sono de um outro?
não por cansaço ou desistência
mas dormir pela justeza de o fazer
como quem, por fim, percebeu que o livro não estava escrito
- nunca estaria escrito-
e o autor nunca se mostra.
somos assim secretos porque nos julgamos sós
e o único sentido deslindado é o que une esta frase
à próxima, e não o de saber porque a ventania leva
para longe onde já não vejo as mulheres que tanto amei.
fechando assim os olhos
a vida é o tempo que volta do tendo sido
e tudo se acalma e aquieta, os barcos vêm vindo devagar
entre o espaço aberto das retinas.
para quê, afinal, tantos braços
- tanta escrita-
para dormir apenas
e sonhar o que fomos
quando éramos o sono de um outro?
torsdag, november 10
há vampiros em dEUS
a última música de pocket revolution tem um final sinistro. a historinha começa aos poucos, cidades para evasores, planos que não dão certo, é preciso ter alma para algumas perguntas. mas a alma pode ser a primeira das dúvidas.
o final repete, repete 6 vezes, atente-se: i take it all from you. sinistro.
o final repete, repete 6 vezes, atente-se: i take it all from you. sinistro.
onsdag, november 9
não há nenhuma razão para estar aqui. li num verso que as sombras aparecem a quem tem medo do escuro. digo-te bom-dia, mas já morremos. não há nenhuma razão para estar aqui, de saltos altos a fingir que sou gira. esperei vezes de mais que chegasses a casa cansado e a morrer de amor.a tarde inteira na arte de aperfeiçoar desastres interiores e tu sempre soberbo, sempre atrasado. vê por onde andas, disse-te de longe, como se pudesses ter um acidente dentro da memória. sentido proibido.não há nenhuma razão para estar aqui. estou tão farta de te escrever, de escrever, de não dizer nada, de falhar cada vez mais e nem assim cair cair como um eco, um e-c-o. já viste que feio? o meu verniz das unhas todo estragado.que coisa tão feia. morrer, morrer, morrer, que paisagem tão ao longe, só os barcos, não há nenhuma razão para estar aqui. não preciso que me digas, nem falhar foi fácil. errar tudo e cegar de nascença. preciso de errar isto tudo tão perfeitamente que estar aqui seja razão de nenhuma razão e não importe. nem tu, nem eu, nem a necessidade de fazer merda com a junção desta palavra- aqui- e desta outra- aqui. entendes? vê se me ouves e te calas ou dormes ou morres até amanã de manhã, não quero barulho nenhum, nem a tua confissão , nem a tua digestão. útero, demorado útero, tão útero por mim, por ti. a fé que não tenho cansou-me. não preciso disto e estou aqui. palco. caiu-me a máscara ou o rosto?devem ser os meus dedos que precisam de fingir que ainda amam e seguem insanos por onde os não vejo. letras. vindima de letras. não.não.não.não. o meu país é não, a minha voz, o meu mar, o meu endereço, casamento, regime conjugal, paradigma antropológico e fuso horário, um não donde não vejo terra ou mar ou morte ou adeus. que fazes perto de mim ? que fazes aqui se não te vejo? devias ter ido, lá,mais adiante há um país azul, azul ou verde que importa, mas um país com nome de lugar leve e azul. azul ou verde. repito:não há nenhuma razão para estar aqui, mas eu sigo com o drama. espero pela bofetada.ninguém se atreve. avanço e estão comigo povos que sonhei e tu ainda à espera que eu faça isto bem. que eu acerte.tenha juizo, calcule o iva ou a inflação. que eu tenha alma e me segure em pé. rio-me. rio de ti e quase perco o corpo.alma? por quem sois. quero é um lampadário de cristal a latir na pele, isso sim, qual alma, senhor, são rosas. quero tanto calar-me, perder tudo, perder a vontade do texto , a vontade de te amar, perder,perder,perder,va-zi-o. é tão difícil o va-zi-o. tão difícil. manda-me embora. alguém morre comigo ou encerro o monólogo assim? ninguém me escuta, ah, que bom, ensinei a todos o dom de não me escutar, era só isso que eu queria. estar assim só, a falar tão para dentro de mim que todos tivesse ido embora e eu de tão só achasse que nem aqui estava. final patético. heróina no fim do palco, ofélia sem águas. ninguém se mexe. só os barcos, ao longe, doidamente.
torsdag, november 3
( recado?)
yes is a pleasant country:
if's wintry
(my lovely)
let's open the year
both is the very weather
(not either)
my treasure,
when violets appear
love is a deeper season
than reason;
my sweet one
(and april's where we're)
e.e cummings