lørdag, juli 31

recado pessoal

hoje estive com a minha prima , e ela disse que viria aqui , logo mais .
então, olá prima!

(mais uma versão da anómala utilidade de um blogue )

torsdag, juli 29

notre demon

na obra de Clarice , volta-se sempre ao ser do texto , verdadeiramente assumido como tal .estamos perante um ente para o qual se caminha sempre , quer seja no próprio ser que dá à luz a escrita , quer seja a epiderme do mundo na qual se voga erraticamente ,sempre em busca do sulco exacto , da profundidade que permita o encontro com o poço profundo da essência .

nunca está ausente o lado do sacrifício da escrita,mais do que labuta , missão.é através do corpo-sacrifício que o escrevente se resgata , se imola, se busca e a si mesmo faz renascer.então a escrita é criadora e dona da sua criatura.
e se nela há criação , passa-se para a adoração,para a indagação,para a contemplatividade essencial .a escrita torna-se religião de si mesma , votivamente entregue à religação dos seres com a sua unidade procurada.

 

« A inspiração é como um misterioso cheiro de âmbar.Tenho umpedacinho de âmbar comigo.O cheiro me faz ser irmã das santas orgias do Rei Salomão e da Rainha do Sabá.Benditos sejam os teus amores.Será que estou com medo de dar o passo de morrer agora mesmo ?Cuidar para não morrer.No entanto eu já estou no futuro .Esse meu futuro será para vós o passado de um morto .Quando acabardes este livro chorai por mim um aleluia.Quando fechardes as últimas páginas deste malogrado e afoitoe brincalhão livro da vida então esquecei-me.Que Deus vos abençoe e então este livro acaba bem.Para enfim eu ter repouso .Que a paz esteja entre nós , entre vós e mim.
Estou caindo no discurso?que me perdoem os fiéis do templo: eu escrevo e assim me livro de mim e então posso descansar .»
 
 
 
Um sopro de vida , p.21

absolutamente confessional

hoje já me vi muitas vezes ,mas em nenhuma delas me encontrei.tardo ,afinal , mas estava tudo marcado.
uma mesa de café , uma conversa casual e poderia regressar comigo aos despojos da memória.
só que não há simplicidade comigo.tenho uma cidade a riscar-me e fico sentada ,de espelho na mão,a ver-me cada vez mais longe.

onsdag, juli 28

sono

 

 

 neste silêncio roçam barcos que te esperam.

o tempo todo brotou numa hora de ciclopes

(grande

grande demais neste olho  que me esvazia) 

 

e que me faz dor

nos estilhaçoss varridos para dentro das mãos.

 

 

 


in motion

Um Sopro , Clarice Lispector
Livro Sexto , Sophia
Perturbação , Thomas Bernard

lørdag, juli 24

ready - made

 
há instantes que ao olhar apetece mais do que o visível .
repetir palavras pode ser a primeira tentativa de entrar nesse corpo que se promete , quase a dançar.digo muitas vezes mar
mar
mar
mar
mar
mar

e fico à espera , como ensinou o al berto .
quando ele dizia mar , o mar todo vinha ter com ele.
mas quando eu digo  e repito baixinho mar mar mar mar mar

 

o mar é imagem,é som ,memória e cheiro .e fico quieta a escutar no meu corpo este vazio que o mar não encontra.

No Celeiro

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