tirsdag, november 30

u.f.o

desde que mudei para o mui angelical firefox, a página do blogger surge-me em português . adoro um termo em que sempre tropeço, « postagem » .
parece-me algo entre o vagamento culinário e o etereamente medicinal, com definidos toques de ilicitude. é fácil imaginar alguém dizer para outra, muito à surrelfa:

- com que então , ahn? outra vez na postagem ?

blogue que é blogue dá frutos

depois do excelso pêro, eis a toranja. ou melhor dizendo , « tórainja».



Nome científico: Citrus grandis L. Osbeck

Família: Rutaceae

Origem e dispersão: É nativa do sudeste da Ásia e comum nos trópicos asiáticos. É parente, portanto, das laranjas e outros citros, mas de espécie diferente destas.

Clima e solo: É de clima tropical, adaptando-se bem a regiões com altas temperaturas e humidade.

( Preciosa informação colhida nesta simpática frutaria * )
filologia de bolso

não encontro , mas tenho a certeza de haver um dicionário pessimismo- optimismo.


I want to see you shine

And we will feel the weight
Fall away from us in time
Searching our past for the true
You and I, you and I, you and I
All for you
Where you think you’ll fall
I adore you
Where you shut your soul
I will open for you


.....................................

de you and i , jeff bucley

estou nisto há mais de hora e meia , alguém me quer chamar por favor?

mandag, november 29

no hay banda. acabo de re-re-re-re ver mulholand drive. raios do david lynch, homem diabólico.
ver mais equivale a errar mais. mîse-en-abime, labirinto, duplo, máscara, what you see is what you don´t get, silencio , silencio , no hay banda, ceci n´est pas une pipe , personagem, teatri mundi , a grande ilusão , ponto de fuga.
é isso , estamos em cima dum ponto de fuga, de um incessante ponto de fuga.
no hay banda.
um dia vai bastar o silêncio para dizer o que quero .

søndag, november 28

*ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio *ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio*
ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio* ninguém se aproxima de ninguém se não for num murmúrio*

herberto helder
quero um texto poluído , riscado , com muuto ruído .
um texto amarrotado donde o silêncio se ausente, porque não é com palavras que fazemos a melancolia. no silêncio apertamos o corpo e a vontade de ficar longe .

e o texto que eu quero não trouxe o barulho necessário.

procurei a música certa
o verso certo
e a filosofia certa
mas esta noite
estou toda errada
-podia-me indicar a secção de ideias puras?


geografias que eu queria cartografdas.

conjunções causais , precisa-se

para teoria explicativa de personalidade ainda por formular

nihil obstat: sou uma tonta com um medo preventivo do ridículo. imprimatur est.

lørdag, november 27

i see a darkness : assistémica casa a minha, as janelas abrem-se mais durante a noite .
há dez minutos atrás empilhei cd´s, dicionários,um gravador de voz e um novelo. não sei para que me serve o novelo, encontrei-o pela casa com a estranheza do primeiro cabelo branco. parece-me um bom bibelot, no entanto.
até há dez minutos atrás, o café enganava-me a consciência e o cansaço.
a minha metafísica está como uma cadeira a que faltasse uma perna.
preciso resolver o sono , comprar um aquário e beber mais água. será que já foi categorizada alguma forma de transcendentalismo cujo exercício se paute pela contemplação de mapas?
qual a diferença entre sonhar e pensar? precisava perdoar-me mais.
há dez minutos atrás decidi que ficava aqui: às vezes, o cartesianismo não me parece muito mais que um tropeção.
gosto muito da pormenorização dos absurdos. e gosto de ignorar o telefone, a televisão , os domingos.

acho que corri demais . quando paro , estou sempre cansada.
até há dez minutos atrás, acreditava no grande espanto das coisas não vistas.
não sei porque olho , à espera de fazer cor nas palavras.

quando vi a lua através do telescópio, pela primeira vez, fiquei desiludida. está tudo vazio , disse ao meu avô.
até há dez minutos atrás ainda estavas aqui e eu tinha a tua mão como certeza.
os amigos regressam para o natal . peço a vida, peço um abraço demorado e fico quieta a acordar nos seus rostos.
acho que nasci antes de mim .
há dez minutos atrás eu estava no espelho mas tudo o que eu via já passou.
é tão fácil ignorar a felicidade .
conversa de innia

que morrer fosse uma só vez. sem trânsito. sem ensaio.
menos que a morte, não me conformo é ver a vida a repetir-se em tantos instantes que morrem.
pássaro, pássaro, pássaro, pássaro - e não voei .
ridículo.
e às 2:15 ela levantou-se e disse: podem chamar-nos, muito mais perfeitamente, todos os lugares onde não estamos.





magritte


fredag, november 26

Procès-Verbal


La marquise de Saperlipopette
Aime la plume et le crépuscule
Et les larmes qu'on imite si bien avec de la glycerine.
Aime le mou, le flou, le doux, le bon goût
Chère marquise de Saperlipopette.

La marquise dc Saperlipopette chante à ravir
Et roucoule que je ne vous dis que ça.
Le chant du cygne.
Mes sels, des roses, des glaïeuls
Etc. etc. etc.
Chère marquise de Saperlipopette
Si vous saviez comme je vous em..


R.Desnos
e se de repente um desconhecido te fala em pero?

ahn?

do Lat. piru


s. m., Bot.,
maçã doce e oblonga, fruto do pereiro;

malápio.


fig.,
são como um —: de muito boa saúde.


ou como podem ser lectivas as altas horas da noite



torsdag, november 25

porque eu não tenho frio

( ou da natureza musical dos fetiches)


hoje deve ser a 547ª vez que ouço esta música. só porque me deleita escutar o versinho terminando em «mandolines».
de bowie, passando também por nina simone. mas quem eu ouço agora é cat power.wild is the wind.

( ...)

Like a leaf clings to a tree

Baby please cling to me
We're creatures of the wind
Wild is the wind

You touch me
I hear the sound of mandolins
And you kiss me
With your kiss my life begins

( ...)




ale, ginger

acabei de beber um . detestável. acho que sem ti , sofia, o ginger ale passou a saber apenas a saudade.
painel



eu sei que.
mas era mesmo isso. uma cor que ainda mesmo ao sê-lo fosse já invisível. isso e sentir o gosto da noite que os sapatos esmagam. sim, porque. ou ainda. os carros vêm todos morrer-me ao pulmão.sucata, respiro com cheiro de ferrugem.
eu sei que. mas talvez o papel rasgado não tenha assim tanta pele.tatuagem.inscrição. tenho um mural nos meus olhos e do outro lado é mar.
do outro lado de mim, fica a minha vida.eu sou o sono e o envelope. a quem me endereço?gosto de postais com bicicletas.eu sei que.
não que me importo de ir ao cinema e ficar no escuro , esquecendo -me de gritar.por que é que gritamos tão pouco e falamos tanto?não sei.eu sei que.
andar de comboio é acelerar o tempo. não é a paisagem que passa, somos nós e isso é como as tesouras que recortam papel e os papéis ficam vazios. não sei se existe paisagem onde eu não estou . e tu? e tu? se eu te chamar com outros nomes tens mais vidas? e a cor que ao ser invisível fosse ainda cor , acendes-ma no peito? não sei .eu sei que.
não acredito na existência palpável de pontes. a única realidade credível é aquela que aperto nas mãos.por isso acredito no ar, mas não acredito no céu . e de ti só acredito nas tuas mãos porque as prendo com força , tanta força que não sei se eram só mesmo as minhas. eu sei que.
as palavras são insectos difíceis. por mais que as mate aparecem sempre, uma e outra vez. eu sei que. e tu?não sei .
4 estações

porque o passado começa a acontecer, novas artes eu respiro .
rabisco

( pour f. )

estamos sós esta noite, a desaprender o nome das coisas . ficaste no segundo verso,contavas-me, e enquanto isso houve quem brincasse de deus e de monstro , como se ainda fosse possível crescer com a alegria da inconsequência.
olho os papéis que junto e não sei onde permanecem tantos rostos ou tanta fuga.
talvez haja uma cidade mais exacta, onde todos os nomes fiquem mais perto do que abandonaram.
talvez fosse até isso que esperámos desta noite: uma maneira singular de chegar ao silêncio .








biografia musical

Strung out again

You get what you see
I saw a rich fuck giving charity
Saw an evil emperor wearing my clothes
They're far from the best
But they suit you better than the rest
Just looking in the mirror
Will make you a brave man
I know my place
Hate my face
I know how I begin, and how I'll end
Strung out again
You're a parliament of owls
Flying over a city of canals
Voting on the body
Floating face down
You get what you see
Some things they just change invisiabally
I dont know where im going
I dont even wanna know
I know my place
Hate my face
I know how I begin and how I'll end
Strung out again
Standing, smiling on some fantasy island
Looking at my loss
Reflection of you
But the tides coming in
And I'm strung out again
Strung out again


elliot smith

onsdag, november 24

refutação da melancolia

este é um post marcado por uma quase histeria.
estou exultante e aos pulinhos!acabo de instalar o firefox e uma nova vida começou para mim.a rapidez, a inteligência , o charme , a competência , a mordomia posta na arrumação dos meus favoritos , deuses, estou apaixonada pelo navegador.helllllllllp!
exultai , ó neófitos do firefox!
internet explorer pertence a uma estação arqueológica.

e bye bye bugs!


p.s almas femininas , tranquilizai-vos com a boa nova. mudar de navegador pode ter efeitos tão descmpressivos como uma tarde passada em ofícios capilares e estéticos!

tirsdag, november 23

as time goes by

falta muito pouco para eu chegar antes de ti e dizer adeus.
malabarismo ou a arte de abandonar quartos de hotel


só não sei se o meu estado de espírito cabe na palavra contemplação ou na palavra apatia.
espero pela nortada.
An Obsessive Combination Of Ontological Inscape, Trickery And Love

Busy, with an idea for a code, I write
signals hurrying from left to right,
or right to left, by obscure routes,
for my own reasons; taking a word like writes
down tiers of tries until its secret rites
make sense; or until, suddenly, RATS
can amazingly and funnily become STAR
and right to left that small star
is mine, for my own liking, to stare
its five lucky pins inside out, to store
forever kindly, as if it were a star
I touched and a miracle I really wrote
Anne Sexton

mandag, november 22

porque eu não tenho frio:














2046, wong kar wai
aos peixes

( se alguém estranhou a razão de eu ter povoado o blogue de peixes, há não muito tempo, tudo tinha uma simples razão:também eu queria pregar aos ditos)

não sei quantas vezes já ajudámos um outro, sem que isso fosse uma metamorfoseada ou incosciente auto-ajuda.
raúl brandão falava que a esmola oferecida com pena, não é outra coisa senão uma forma projectiva de auto-compaixão.
a verdade é que ,na maioria das vezes, a dor do outro dá-nos um esgar de compaixão, porque nela descortinamos a possibilidade da nossa própria dor.
a maioria das vezes, disse.

mas já me baralhei de novo. post suspenso por mau comportamento.
aos peixes

( se alguém estranhou a razão de eu ter povoado o blogue de peixes, há não muito tempo, tudo tinha uma simples razão:também eu queria pregar aos ditos)

não sei quantas vezes já ajudámos um outro, sem que isso fosse uma metamorfoseada ou incosciente auto-ajuda.
raúl brandão falava que a esmola oferecida com pena, não é outra coisa senão uma forma projectiva de auto-compaixão.
a verdade é que ,na maioria das vezes, a dor do outro dá-nos um esgar de compaixão, porque nela descortinamos a possibilidade da nossa própria dor.
a maioria das vezes, disse.

mas já me baralhei de novo. post suspenso por mau comportamento.
happy birthday

( previamente dedicado)


muitas vezes duvido do primeiro verso
e dos gestos com que aprendemos a repetir a celebração.
e é impossível não duvidar
que só por dizê-lo seja para sempre.

as páginas dos jornais não serão diferentes
e a cidade vai acordar maquinalmente
como todas as outras manhãs
mas que te sobre a mais límpida esperança
aquela que não se gasta ao revisitar todos os anos o teu sorriso.

e quando o calendário coincidir com este dia
talvez , sem que ninguém saiba,
sobretudo, sem que tu saibas,
nalgum canto pode uma flor estar a acontecer
sem ter sido sonhada.

e disto não duvido.

søndag, november 21

ritmo

nos meses de inverno, a esplanada inteira esvazia-se.
só o vento e o mar , inteiramente disponível em seu ritmo. um palco perfeito e ninguém que dance nele. coisas que me espantam.
ler é uma maneira de premeditar a solidão.
buscamos a cada vez aproximar
a alma da sintaxe
como se o ser se ordenasse também
em sujeito,predicado e complemento directo.
leitura


picasso :la liseuse




matisse:liseuse sur fond noir



vermeer: Woman in Blue reading a Letter



fragonard



corot



renoir



van gogh: Une Liseuse de Romans


lørdag, november 20

porque o frio não me importa

"The Blowers Daughter"
(Damien Rice)
And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...
And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off youI can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...My mind...my mind...
'Til I find somebody new
p.s. segunda prova leibniziana da existência do Supremo : damien rice chega-me também , via postal, para inverno do nosso contentamento.

fredag, november 19

a sílaba do texto é a casa aberta sem inverno:chego -lhe como os cabelos ao rosto e a minha boca é um poço onde cabe o coração ........................................................
o homem nasceu com o primeiro grito .depois do grito, foi a palavra e depois o texto.até que a criação possuiu o texto e foi o sangue,a lava,a tempestade e o sexo................................................................entro no texto como um mendigo.
o texto é mudo e fico quieta ,esperando o pão...um rosto virá , o primeiro rosto ,e trará um espelho.o rosto fecha o texto.
escreverei morte?
Dirigia-me para uma cidade a sul que era assim comentada na nossa aldeia:
- As pessoas de lá são estranhas!Vê lá tu que nunca dormem!
-E por que não?
-Porque nunca se cansam.
-E por que nunca se cansam?
Como é que os loucos se podem cansar?!

in : «Crianças numa Estada de Província» , Contos,Kafka, Cavalo de Ferro
porque o frio não me importa:


Been outside Invited in /But I couldnt abide***/I went missing again/Burning every bridge that I cross/To find some beautiful place to get lost/I had true love/Made it die/Pushed it away/She said please stay/Burning every bridge that I cross/To find some beautiful place to get lost/To find some beautiful place to get lost/ Well, I don't know where I'll go now/And I don't really care who follows me there/But ill burn every bridge that I cross/And find some beautiful place to get lost/And find some beautiful place to get lost
elliot smith

torsdag, november 18

e às 4 :10 ela levantou-se e disse blá,blá,blá

onsdag, november 17

1,2,3

definitivamente, carneirinhos mentais não resolvem minha insónia.vou procurar mudar-me para a nova zelândia.
quem sabe se recorrendo ao hiper-realismo o problema não alcança a solução?
parece que é, mas não é



podia ter saído de um ettore scola, mas não. é espinho em recorte neo realista .

tirsdag, november 16

le monde

da próxima vez que for a paris, trago um globo. para olhar o mundo em francês.
descobri em casa da minha avó um globo antiguinho, escrito em latim. lindo.
meu plano agora é ter globos nas línguas que gosto. se por acaso alguém for a s.petersburgo ... avise-me antes.
le rouge et moi



vermelho é provavelmente a cor que mais gosto.no entanto hoje sucedeu-me estranho causo.tendo a televisão sintonizada na sic notícias, sou subitamente acometida por inusitada indisposição.
o genérico mostrava um globo terrestre vermelho , em fundo vermelho e mais algumas indistintas coisas vermelhas.
mais tarde,volto a testar. seria mesmo o dito genérico causa da minha indisposição? sim,próximo genérico , próxima indisposição.
as coisas que me sucedem...






søndag, november 14

quem me ama tem de me adivinhar
hoje,rtp 2, às 23:20, quaresma, de álvaro morais
tenho sete vidas ,todas virtuais, não sei qual gosto mais.
numa delas , ando a fazer uma antologia poética de antónios. foi já a vez de antónio ramos rosa, antónio josé forte, manuel antónio pina (um antónio em mesóclise). hoje foi a vez de antónio osório.
deixo aqui um excerto de poema que não foi antologiado na outra página.

António

I bambini sono teneri
e feroci.Non sanno
la differenza che c´è
tra un corpo e la sua cenere.
Eugenio Montale

1

Na terra gostas de te deitar.
Um dia saberás quanto isso custa.

2

Como se faz o céu?
Como é que se faz por dentro a árvore?
(...)

9

como é que se vai ao céu?
Fecha-se os olhos
e depois voamos?
( ...)

11

Felicidade
de no teu quarto
jogares sozinho.

Assim fizesses versos.

António Osório , Barca do Mundo I , Quetzal Editores, 1999, p.126, 127
voz humana

a eternidade é um imenso silêncio sem cor
e a a vida
um texto
que deixamos incompleto.
despe-me os olhos das coisas vistas:
não quero ver o dia , quero sê-lo.

propostas que realmente me interessam:


Data: Sat, 13 Nov 2004 07:16:57 +0100
Assunto: amanhã à noite...

... escrevemos nosso manifesto? O que achas?

Um beijo,
A.

lørdag, november 13

diálogos de partner que ninguém tem comigo:

-giacobe,és parecido comigo, mas simpatizo contigo.
................................
-tantos livros!
-gostas?podes ficar com todos!
.................................
-eu e tu giacobe ,seremos astutos!faremos intrigas para prejudicar os intriguistas!
................................
-lê,petruska,com voz alta e sentimento como sabes fazer!
...............................
-está tão apaixonada que quer fugir comigo.
...............................
-as mulheres são assim, têm o faro dos animais.
..............................





o meu italiano é melhor que o teu

é uma das palavras que mais gosto de escutar em italino: sbagliarsi (enganar-se) .porque só assim se ouve como o engano pode ser redondo.


o maravilhoso mundo das insónias



na rtp1 passa partner de bertolucci


elliot smith e jeff buckley


p.s prova leibniziana da existência de deus: pedi o cd from a basement on a hill de elliot smith e não é que o dito chegou , por via postal e tudo?
mon bug
interlocutor says: mas deixa lá... há esperança
alexandra says: sim, a espernaça é a fé dos ateus
interlocutor says: bem...a espernaça não sei ,pq acho o termo hilariante

fredag, november 12

lido com atenção , este poema deu-me a chave para umas difíceis respostas autobiográficas que eu buscava:


Van Gogh Mondrian

Uma vez um anjo apaixonou-se por van gogh e veio vê-lo
van gogh pintou-o naquela cadeira,te acuerdas frederico bajo la tierra?
o anjo depois foi-se embora e van gogh ficou com o tabaco estragado

mondrian também tinha um anjo mas o dele era mau
não se importava com coisa nenhuma batia-lhe nos olhos

Manuel António Pina, Poesia Reunida, Assírio &Alvim, pag.52

torsdag, november 11



m.c escher



marc chagall, le poisson au ciel du village


henri matisse, goldfish


paul klee,golden fish

My hand is entirely the implement of a distant sphere. It is not my head that functions but something else, something higher, something somewhere remote. I must have great friends there, dark as well as bright... They are all very kind to me.
la femme et son poisson




man ray ( 1938)

(sobre este quadro, dirá mais tarde que ao fazê-lo as suas mãos estavam a sonhar)

onsdag, november 10

efeito programa de lavar roupa errado


não sei se é apenas na minha máquina que este blogue encolheu. a outra hipótese é a da minha recém adquirida miopia ter adquirido proporções galopantes. hummmm, o que terei eu aprontado desta vez?
post cifrado


o mais difícil é caminhar com o silêncio a entalar-nos.aceitar a mutualidade do silêncio.as palavras que deixam de acontecer,a desfamiliarização quotidiana com a ausência.
e o que me custa mais, talvez não seja o que deixei de ouvir, mas antes o que deixei de dizer.
se é silêncio que me ofereces é de silêncio que me visto.
ou talvez não.
porque o início da enunciação é já o início da cura.não é assim que dizem os amados ( odiados?) psicanalistas?
claro que eu preferiria dizer « salvação » em vez de cura.mas isso são os restos quase podres do meu idealismo estilhaçado.
« Poucos querem o amor, porque o amor é a desilusão de tudo o mais.»

Clarice Lispector,Legião Estrangeira,Ed.Rocco


tirsdag, november 9




esta noite sonhei com um peixinho verde.e ele contava-me as frases que mais gostava.
lembro-me apenas duma:
eu sei , não me perguntes como, mas eu sei .
quem me ama, tem de me adivinhar
é uma frase de ana, personagem do filme «quaresma» de álvaro morais.
o realizador do mesmo, quando interrogado sobre as razões que o teriam inspirado respondeu simplesmente « o vento ».
sobre álvaro morais, há quem diga que o seu grande tema é o da portugalidade que tão enraizadamente nos agarra e repulsa.
o portugal deste filme é um bocadinho o meu , o do norte cinzento e granítico.
esqueci-me de dizer, mas a personagem de ana é louca.
ou talvez não.
p.s o filme quaresma será televisivamente transmitido no próximo domingo.
hora e canal que não recordo.

søndag, november 7



hoje,na rtp 2


(lembras quando apagaste as luzes para eu ver mais estrelas?quando chegámos a évora ,adormeceste e na televisão passava também este filme.e eu sem saber onde estavam os anjos.)


When the chlid was a child,
It was the time for these questions:
Why am I me,and why not you?
Why am I here,and why not there?
When did time begin,and where does space end?
Is life under the sun not just a dream?
Is what I see and hear and smell
not just an illusion of a world before the world?
Given the facts of evil and people,
does evil really exist?
How can it be that I,whom I am,
didn´t exist before I came to be,
and that,someday,I,who I am,
will no longer be who I am?

Song of Childhood,Peter Handke




_who´re you?
_whoever you want me to be ...


julguei ter ouvido isto em qualquer lado. podia ser até o começo de uma história,mas nunca a um domingo.
os domingos são dias de finalizações, nunca de abrir mapas.

fredag, november 5

sonhei com um barco
nascendo vazio nas mãos.
ao apertar com força o que ainda era antigo
já não te via
e as mãos eram só futuro.

II
os comboios são viagens mentais
tão alinhadas como um diário.
depois de nós apenas
quem de nós se esqueça.
para trás fomos deixando
homens que cantam nas estações,pedindo outros reinos.

ao sair somos rostos quase limpos,
sem pressa .
se noutra língua alguém nos chamasse
pousávamos as malas,despíamos o casaco
o cansaço
e ficávamos.

ficou tarde.
na estação já se apagaram os corpos.
é tempo de ficar em fuga.


III

os mapas indicam saídas
mas quase nunca a entrada.
não sei como me aconteceu este país
rodeado de mar e de espanha por todos os lados.

não sei quem me vestiu estes olhos
ou me fez pertencer ao nome por que me chamam.

de meu
escolhi apenas o teu nome repartindo-me .

IV
o outono é um amante impiedoso
para mostrar o sangue da terra
desabriga-nos o coração.

V
onde eu nasci ficou o verão
e ninguém que o leve à boca
para me chamar.

VI

os lugares que piso
ficam mentais como as nuvens que sonho.
não sei se onde estou é chão
ou uma tímida vontade de céu.

VII

onde eu nasci
acredita-se que os mortos estão na vida
tanto como nós.
o que nos separa são diferentes graus de visibilidade.
quem não vemos mais
vê-nos melhor?

VIII
as vozes que amamos parecem eternas.
mas não o movimento das suas mãos,
nem a maneira cíclica como se penteavam cada manhã.

IX
fazer uma partida
não é o mesmo que fazer uma partida.
já parti e de mim partiram
tão irredutivelmente que nunca foi uma partida.

X

o único lugar onde não há vento é o útero.
morrer podia ser o regresso à ausência de vento.

XI

o que eu sei é a medida dos meus pulsos
ou a invenção do sorriso nos amigos.
sei dizer a cor do mar
e versos
que uso para encantar a noite de amantes.

o que eu sei não sobra
para te inventar perto de mim.

XII
(para r.)
quando sonha,
o meu cão agita-se numa imaginária corrida.
quando penso em ti
os meus olhos ficam da cor dos teus.

XIII
dedicar poemas
é tarefa vã.
escrevemos sempre aos mesmos rostos
e ao vazio que no peito não quer apagar-se.

XIV
ao acordar
é preciso guardar o primeiro pensamento
e esperar que chegue o rosto a quem o dizer.

iniciaram-se assimmuitas viagens

XV

partir é querer um diálogo.

torsdag, november 4

ecologia pré-paga
não serve de nada,pois não?da janela vejo o sol a pestenejar no mar e não tive nada a ver com isso.
era preciso interferir no curso da noite e das tempestades, saber de cor a última cinza do coração.
e era preciso haver para sempre maneira de encontrar as tuas mãos.

No Celeiro

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