mandag, august 30

inútil paisagem

podia começar o texto dizendo de repente perdi-te,mas era mentira .
não te perdi assim, perco -te aos poucos , em soluços que tropeçam de medo e confusão.
perco-te em cada sorriso que não verei , em cada palavra por escutar,nos dias pequenos que a distância aumenta.
era tão grande a alegria que julguei ter caminhado toda a terra num só abraço, por isso agora sobra-me o deserto de ficar cansada na vida.
a leveza, sim,abandonu-me num repente e de tantas vezes ensaiar despedidas ficaram-me as personagens todas sem boca.
um dia eu retorno , outra paleta,mais palavras.
a alegria não tem hora marcada e eu sou tão cliché como o fim da festanum filme banal .
se um dia te lembrares,esquece.
eu deixo a terra de casaco aberto e quando for outono há-de ser primeiro no meu peito vazio.

No Celeiro