lørdag, august 28

corpo e mundo em dois instantes

(razões.explicações.vidros sujos.livros para devolver.canso -me demais,sem música,sem verso,sem festa.não espero pelo consolo nos nomes,nos ombros nem nos lencóis.
demasiado vazio é muito perto para gritar e eu não ousaria.brandamente espero ,quieta vendo o mar que me poderia levar.há aqui tantas cadeiras e nenhuma senta o que me pesa.repete-se o sono , o dia ,as horas velhas que se desfolhamos sem saber.
os pulsos não têm regras e nada acontece ,tudo passa.tu passas,as agulhas no peito passam , e até o céu ,velozmente, nos passa .agressão.
nas minhas mãos vejo-te como quem sorri a uma paisagem nova.mas é so distância , é só distancia o que acontece.tudo passa e não morremos de susto.morremos aos poucos como um sino sem torre.)







em certas horas
encontra-se nos vidros, na abstração
do sujeito na paisagem,
um qualquer dia morto.
sem arquivo e sem poeira
deixando a memória num processo aflito
onde a procura não coincide contigo.

estava tudo tão escuro
que entre as árvores e o céu não havia distância
podia saudar-se de perto os deuses como companheiros de viagem
e nós
ébrios e marítimos
fomos o consolo e o deserto num só instante.
tudo que faltava era partir
buscar um ritmo
uma odisseia
atravessar um barco nas cordas dos nossos nomes.

é então que inicio a desorientação
surgem frases com a sintaxe toda errada
e torno-me tão subterrânea como uma mentira.
guardei no meu corpo todos os gestos
mas não encontro
as palavras com que disseste adeus.

No Celeiro