tirsdag, september 20

Com Licença Poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta,anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim,ora não creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reionos
- dor não é amargura.
Minhas tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado, Poesia Reunida, Editora Siciliano,p.7

2 Comments:

Blogger Luis F. Cristóvão apalavrou que ...

e as dores de costas?
e os bicos de papagaio?

sempre que abro isto vejo:
Luís, o celibato é um acto de generosidade...

Ah, e as dores nas costas?

tirsdag, september 20, 2005 7:38:00 p.m.  
Blogger c. apalavrou que ...

que surpresa boa saber que você lê adélia prado!

torsdag, september 22, 2005 11:57:00 p.m.  

Legg inn en kommentar

<< Home

No Celeiro