Com Licença Poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta,anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim,ora não creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reionos
- dor não é amargura.
Minhas tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado, Poesia Reunida, Editora Siciliano,p.7
desses que tocam trombeta,anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim,ora não creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reionos
- dor não é amargura.
Minhas tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado, Poesia Reunida, Editora Siciliano,p.7
2 Comments:
e as dores de costas?
e os bicos de papagaio?
sempre que abro isto vejo:
Luís, o celibato é um acto de generosidade...
Ah, e as dores nas costas?
que surpresa boa saber que você lê adélia prado!
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