søndag, mai 8

vil passarada

as únicas aves decentes são as que ficam ao largo.
são ridículas todas as aves que ficam mais tempo na terra do que céu e, muito especialmente, todas aquelas que circulam com à vontade entre as humanas criaturas.
são francisco não me imbuiu de amor pelas aéreas criaturas. tenho delas uma notória,aflitiva e embaraçante fobia.

tal facto significa uma incapacitante existência com praças europeias por atravessar, ruas que evitamos por má frequência, estações de comboio em que,permanentemente, somos assaltados por uma inquietação de foragido,manhãs em que nos despertam álacres avezinhas que se revelam piores na varanda que qualquer okupa em bairro urbano.

já não ia aos jardins do palácio faz tempo.eu diria anos, mas estaria enganada.
ontem fui aí perseguida por um galo branco, um pavão, duas rolas, alguns pardais que entretanto se juntaram às hostes,para além das habituais pombas.
obrigada,lídia,por alguns momentos guarda-costas que merecem condecoração.

não entendo o bucolismo que faz achar-se agradável ter aquela infame passarada a deambular por ali.
lamento muito, mas sou inteiramente favorável ao regime de reclusão presidiária das avezinhas.
por que é que nunca ouvi ninguém lamentar-se,ao ver um peixinho num aquário, ai coitadinho, peixes são para andar livres e soltos, no mar ou no rio ,não para permanecerem impiedosamente presos em vis aquários?
mas parece que só as aves inspiram sentimentos libertários.

No Celeiro