torsdag, mai 5

relento

despeço-me de ti, os olhos incendiados, vou para a cama, dorme bem, obrigada, mas é mentira.não vou para a cama, fico aqui, fico aqui a mentir, fico aqui a crescer dentro de mim e poder ser maior do que tu , do que esta noite em que não tive nada a ver contigo , em que estamos longe e foi uma invenção tua, porque tu é que estás longe.

eu fiquei sempre contigo, não te deixei um minuto,e ,entre os km que te fazem longe, há horas com poemas que não lês, pássaros que colo no céu, barcos que ponho no mar e mapas que dobro e envio pelo correio para te lembrar onde estou , qual o caminho.
por essas horas sou doce e digo que gosto de ti,tu não ouves,fico quieta, embrulhada no meu coração, à espera que não me deixes cair.

fico aqui , como quem não tem mais manhã depois desta noite, como quem espera e acredita, tu vens, um dia chegas aqui e somos nós outras vez, um dia apertamo-nos tanto que somos um só , um dia sabes que o meu sorriso é este que agora esqueci de fazer porque tu foste cir-cuns-tan-ci-al comigo.

esta noite minto-te, não vou para a cama, fico aqui, ao relento, à espera que me salves. à espera de ser eu outra vez, à espera de dizer baixinho gosto de ti e não ter medo se não disseres de volta eu também.

No Celeiro