søndag, september 19

croniquetas pós-finisseculares

em espinho a saison religiosa terminou com o habitualmente estrepitoso banquete de fogos.
nossa senhora da ajuda ,diz-se, e no meu escasso vocabulário hagiográfico já vi referências a nossa senhora das dores,dos remédios,da agonia,dos aflitos...
passei a infância arredada do catolicismo ibérico,graças ao republicanismo heráldico do meu avô e ao messianismo marxista da minha mãe e recordo-me do espanto que foi entrar numa igreja pela primeira vez.os rostos agónicos,o sangue literalizado e o roxo dos mantos escorrendo pelas costas das imagens santas.
em dezembro do ano passado,num pequeno restaurante de cádiz, avistei um cristo enorme numa parede do estabelecimento.de cada lado do cristo estavam dependurados dois presuntos gordamente fumados.
de certeza que meu avô se regozijaria com estas manifestações semi-pagãs resistindo a pregação ortodoxa.
entretanto ,hoje houve procissão com foguete e muitas farturas .

No Celeiro