søndag, august 1

o que eu aqui conto

é o dia que hoje vivo.
de como vivo ainda este dia que logo se suspende.
há dias assim,fazem a vida ficar autotélica.
preciso muito mais deste percurso do que o que imagino e quando consigo ficar quieta no meu silêncio, estremeço em mim, como um peixe embatendo nas paredes do seu imaginado aquário.

e não quero sequer buscar imagens,comparações,inevitáveis metáforas.
era bom ficar tão despida na linguagem como no útero que foi meu...

continuo a ler a clarice , um sopro de vida .mas há instantes que não posso prosseguir.
acho que a clarice sabia desse efeito mortal dos seus livros.
o hérberto diz que escrever mata e também a clarice assim me diz.


estou inquieta , desacordada e em desacordo.esta confusão do que em mim é recôndito e não tem nome é que me traz esta paz paradoxal.
é nela que caio sem caminho e fico feliz de tamanha humanidade.
resta-me a longa estrada do estranhamento e amar-te onde não há silêncio , nem medo e a festa começa, inteira, imorredoura , porque te vi e sei o teu nome.

No Celeiro