tirsdag, juni 28
correio sentimental:
moroaqui@sapo.pt
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problemas conjugais
mau-olhado e hermenêutica.
confidencialidade absoluta.
crises de identidade bovary,
resolução em 24 horas.
fazemos domicílio.
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fenomenólogos anónimos
reuniões todas terças, às 21 horas
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diz quem sabe e quem sabe disto é agustina bessa luís: o celibato é um acto de generosidade
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Mas tu disseste-me:
também aqui se encontram os deuses e imperam/
Grande é a sua medida, mas o homem gosta
de medir a palmo .
F. Holderlin, Der Wanderer
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Porque nuestro és el exilio/
no el reino
José Angel Valente
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uma palavra é ainda o homem
duas palavras são já o abismo
Roberto Juarroz
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1 Comments:
ESCOLHÍ SER POETA
Escolhí ser poeta, fodí a minha vida
Fodí-a, e não me hie-de safar desta
Para ser poeta sei que tenho de sofrer
De guardar os sentimentos, quando os devia libertar
Para depois os derramar no papel
Tudo isto devido a quê?
A uma qualquer ânsia de elevção
Vaidade pessoal?
Será que nem escolhí?
Se calhar estava determinado, existe um sentido nisto
Já estava escrito que tinha de sofrer
Não tive escolha, em nome da poesia
Teria de foder a minha vida
Fodí as minhas noites
E os dias subsequentes
Derramei a Lua no papel, viví
Sem ser mais nada que um fantasma
Deambulante, analisante
Crescendo em si o belo cancro
No fim de contas, porque é que eu faço isto?
Não existe razão palpável
Dir-se-ia que sempre fui assim
Que sempre estive fodido
O meu rumo foi único, certinho...
Como eu, aliás, sempre quis
Existirá talvez uma tendência genética que me
Desilude da simplicidade
Mas eu não devia acreditar nisso- lembram-se? Sou o poeta
Supostamente devia ser o guardião da liberdade
O único que escolheria o seu caminho
Então, se escolhí, fodí-me a mim próprio!
(A)
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