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blogue provinciano de aspirações kierkgaardianas. admitem-se crises de adolescência em analepse e demais contrições. somos pela misantropia,pela aurea mediocritas e patinagem artística. * ruy belo é nosso muso e tarkovsky merece o nosso fervor ortodoxo. perigo:este é um blog em suspensão fenomenológica! somos pelas leis proteccionistas ao ginger ale da schwepps. temos cotação no mercado de valores:consultar o cac 40. é favor não pisar os jacintos.
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ESCOLHÍ SER POETA
Escolhí ser poeta, fodí a minha vida
Fodí-a, e não me hie-de safar desta
Para ser poeta sei que tenho de sofrer
De guardar os sentimentos, quando os devia libertar
Para depois os derramar no papel
Tudo isto devido a quê?
A uma qualquer ânsia de elevção
Vaidade pessoal?
Será que nem escolhí?
Se calhar estava determinado, existe um sentido nisto
Já estava escrito que tinha de sofrer
Não tive escolha, em nome da poesia
Teria de foder a minha vida
Fodí as minhas noites
E os dias subsequentes
Derramei a Lua no papel, viví
Sem ser mais nada que um fantasma
Deambulante, analisante
Crescendo em si o belo cancro
No fim de contas, porque é que eu faço isto?
Não existe razão palpável
Dir-se-ia que sempre fui assim
Que sempre estive fodido
O meu rumo foi único, certinho...
Como eu, aliás, sempre quis
Existirá talvez uma tendência genética que me
Desilude da simplicidade
Mas eu não devia acreditar nisso- lembram-se? Sou o poeta
Supostamente devia ser o guardião da liberdade
O único que escolheria o seu caminho
Então, se escolhí, fodí-me a mim próprio!
(A)
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