torsdag, november 25

painel



eu sei que.
mas era mesmo isso. uma cor que ainda mesmo ao sê-lo fosse já invisível. isso e sentir o gosto da noite que os sapatos esmagam. sim, porque. ou ainda. os carros vêm todos morrer-me ao pulmão.sucata, respiro com cheiro de ferrugem.
eu sei que. mas talvez o papel rasgado não tenha assim tanta pele.tatuagem.inscrição. tenho um mural nos meus olhos e do outro lado é mar.
do outro lado de mim, fica a minha vida.eu sou o sono e o envelope. a quem me endereço?gosto de postais com bicicletas.eu sei que.
não que me importo de ir ao cinema e ficar no escuro , esquecendo -me de gritar.por que é que gritamos tão pouco e falamos tanto?não sei.eu sei que.
andar de comboio é acelerar o tempo. não é a paisagem que passa, somos nós e isso é como as tesouras que recortam papel e os papéis ficam vazios. não sei se existe paisagem onde eu não estou . e tu? e tu? se eu te chamar com outros nomes tens mais vidas? e a cor que ao ser invisível fosse ainda cor , acendes-ma no peito? não sei .eu sei que.
não acredito na existência palpável de pontes. a única realidade credível é aquela que aperto nas mãos.por isso acredito no ar, mas não acredito no céu . e de ti só acredito nas tuas mãos porque as prendo com força , tanta força que não sei se eram só mesmo as minhas. eu sei que.
as palavras são insectos difíceis. por mais que as mate aparecem sempre, uma e outra vez. eu sei que. e tu?não sei .

1 Comments:

Blogger Lídia Aparício apalavrou que ...

por que é que gritamos tão pouco e falamos tanto?



será por falta de coragem?

torsdag, november 25, 2004 3:02:00 p.m.  

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